RN está com baixa na disponibilidade de soro antirrábico e imunoglobulina humana antirrábica; Sesap reforça cuidados

Divulgação/EBC

No Rio Grande do Norte, assim como em outros estados do país, vem ocorrendo uma redução no fornecimento do soro antirrábico e imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR). No Estado, dos 400 frascos de IGHAR solicitados para o mês de dezembro, apenas 50 foram liberados. Já das 700 ampolas de soro que integram o pedido no período, apenas 200 foram liberadas para estoque de urgência.

Estoque de vacina antirrábica segue normal

O motivo da falta, segundo Ranih Araújo, sanitarista do programa estadual de controle e vigilância da raiva da Sesap, ocorre porque apenas o Instituto Butantan, que integra o conjunto dos três laboratórios que fornecem o soro e o IGHAR ao Ministério da Saúde, atendeu aos critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância (Anvisa). A indicação, portanto, tem sido fazer um uso mais racional dos imunobiológicos. Os pedidos são realizados conforme o número de atendimentos.

Apenas no Rio Grande do Norte, de janeiro a 27 de dezembro deste ano, foram realizados 9.415 atendimentos de acidentes antirrábicos, dos quais 15% tiveram indicação de soro e Imunoglobulina. A sanitarista reforça, nesse sentido, que quaisquer pessoas que tiverem uma exposição ocasional ao vírus devem procurar atendimento. Além disso, mesmo com o uso mais racional dos imunobiológicos em falta, o estoque de vacina antirrábica segue normal.
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“Quando ocorre um acidente, seja por animais passíveis ou não de observação, além de animais silvestres, a recomendação é procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para passar por uma avaliação médica. Em caso de necessidade, o profissional deve encaminhar o paciente a uma das Unidades de Referência do Estado para realizar o procedimento de infiltração de soro e imunoglobulina”, esclarece a sanitarista.

Em relação a vacina antirrábica, Ranih Araújo explica que é indicado o esquema vacinal e o exame de titularidade imunobiológica para grupos prioritários, ou seja, pessoas que trabalham diretamente em situação de risco ao vírus ou aquelas que foram expostas ocasionalmente. Nos casos de agressão, a aprovação do imunizante passa por uma avaliação médica.

A imunoglobulina e o soro, por sua vez, são recomendadas para pós-exposições diretas ao vírus, ou seja, agressões com animais que não foram vacinados e animais silvestres. “No Rio Grande do Norte, nós temos hoje uma variante de morcegos silvestres circulando no ciclo animal. Então estratégias como intensificação da vacinação de animais domésticos é uma ação de vigilância. Caso tenha agressão desse animal a um humano, as chances de contaminação diminuem se ele estiver vacinado”, concluiu.

Raiva

A raiva é uma doença zoonótica de origem viral e com letalidade de aproximadamente 100% dos casos. A transmissão ocorre a partir do contato direto por meio da mordedura, arranhadura e madedura ou secreção do animal contaminado ao humano. Ao todo, o Estado apresenta 47 casos de animais positivos para o vírus da raiva. O último caso de raiva humana foi registrado em 2010, no município de Frutuoso Gomes.

Confira as orientações da Sesap:

  • Em casos de agressão orientamos a vítima a procurar a unidade de pronto atendimento imediatamente para avaliação individual e criteriosa de cada caso;
  • Em situações de agressões com cães e gatos que tem indicação do uso de soro e imunoglobulina devem ser infiltrados, com exceção de agressões envolvendo morcegos e outros animais silvestres;
  • Orientação a intensificação da vacinação de animais domésticos (cães e gatos) nos pontos de vacinação do município de residência;
  • Orientamos a população a evitar se aproximar de animais desconhecidos e principalmente animais silvestres para diminuição na quantidade de acidentes antirrábicos.
Postado em 28 de dezembro de 2022