O Brasil criou, nos últimos quatro anos (2019-2022), 5.694.891 postos de trabalho formal. O resultado positivo do período decorre do total de 74,003 milhões de admissões, ante 68,308 milhões de desligamentos, segundo as Estatísticas Mensais do Emprego Formal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Do total de vagas criadas nesse período, 5,243 foram nos últimos dois anos. O resultado considera os dados anuais consolidados e, de 2022, até novembro. No mês passado, segundo relatório divulgado nesta última quarta-feira (28), em Brasília, o País gerou 135.495 empregos com carteira assinada.

Saldo de novembro foi puxado pelo comércio, que reforçou contratações para vendas de fim de ano

No período de 2019 a novembro de 2022, o único ano com saldo negativo na abertura líquida de vagas foi 2020, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19 no País, com retração da empregabilidade em todos os setores. Em 2020, o saldo foi negativo em 192.553 empregos, decorrente de mais demissões (15.817.743) que contratações (15.625.190). O estoque de empregos com carteira assinada naquele ano ficou em 37.901.367, passando para 40.678.355 em 2021, e para 43.144.732 até novembro deste ano, um novo recorde, segundo o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Lucio Capelletto.

Saldo de 2022

O resultado positivo de novembro decorre do total de 1,748 milhão de admissões, ante 1,612 milhão de demissões. O desempenho foi quase 57% menor do que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando foram abertos 313.773 vagas com carteira assinada. Segundo Capelletto, o resultado do mês passado reforça a percepção de recuperação da economia brasileira em 2022.

O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês de novembro, segundo estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast. As projeções eram de abertura líquida de 104 mil a 229.801 vagas em novembro, com mediana positiva de 146 mil postos de trabalho. Para dezembro, o economista da Rio Bravo Investimentos Luca Mercadante acredita num resultado melhor devido às contratações de comércio e serviços pela questão sazonal de fim de ano, com admissões esporádicas, seguido por nova queda em janeiro, também pela sazonalidade do período.

O resultado de novembro ficou positivo também em quatro das cinco regiões do País. O Sudeste abriu o maior número de vagas, com saldo positivo de 84.164, seguido por Nordeste (29.213), Sul (20.750) e Norte (3.055). Houve queda de 773 postos de trabalho no Centro-Oeste.

No acumulado dos onze primeiros meses de 2022, o saldo do Caged já é positivo em 2.466.377 de empregos formais criados, resultado de 21.230.904 admissões e 18.764.527 desligamentos. No mesmo período do ano passado, houve criação líquida de 3.070.285 postos formais.

Setores

Além disso, o secretário-executivo afirmou que o resultado positivo do mês foi puxado pelo comércio, que reforçou as contratações em novembro para as vendas de Natal e gerou 105.969 postos formais de trabalho. Nos serviços, foram 92.213 empregos criados. Houve queda, contudo, na indústria, que perdeu 25.707 vagas, devido a uma pressão negativa do setor sucroalcooleiro, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Também houve um saldo negativo de 18.769 postos de trabalho na construção civil. Na agropecuária foram fechadas 18.211 vagas no mês.

No décimo primeiro mês do ano, em 22 das 27 Unidades da Federação foram registrados resultados positivos no Caged. O melhor desempenho foi novamente registrado em São Paulo, com a abertura de 50.908 postos de trabalho. Já o pior resultado foi registrado no Mato Grosso, com o fechamento de 4.252 postos de trabalho. O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada chegou a R$ R$ 1.919,81 em novembro. Comparado ao mês anterior, houve decréscimo real de R$ 20,46.

Números
135.495 – foi o saldo líquido de empregos formais em novembro deste ano, segundo os dados do Caged
43.144.732 – é o saldo de empregos com carteira assinada neste ano até o mês de novembro